25 de abr. de 2008

O Budismo tibetano


Dalai lama (assim como o presidente “lula”) é mais um desses líderes manipuladores que conhece muito bem Baha’u’llah, mas não revelam isso para a população. No templo Bahá’i indiano pode ser vista essa “amorosa” relação entre Bahá’is e Dalai lama em nome da Nova Ordem Mundial:
http://www.bahaindia.org/temple/comments.html

A tentativa do Dalai Lama (um provável membro efetivo do parlamento das religiões ) de implantar um budismo tibetano e materialista para se encaixar melhor na nova ordem mundial:
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por Elisabeth Martens

Bióloga de formação, Elisabeth Martens apaixonou-se pela China depois de uma estadia de três anos destinada a aprimorar os seus conhecimentos de medicina tradicional. A aventura conduziu-a de seguida até às "regiões habitadas por tibetanos", onde aprendeu a conhecer uma cultura tão diferente daquela dos Han (a etnia maioritária na China), e, no entanto, ligada ao mosaico chinês (ler abaixo). Das suas investigações nasceu uma original História do Budismo tibetano publicada o ano passado nas edições L'Harmattan.

Como é que começou por se interessar pelo Tibete?

Elisabeth Martens: Logo na minha primeira estadia em 1990, fiquei surpreendida com as diferenças profundas entre o budismo chinês e o tibetano. Lembro-me que fiquei particularmente admirada com a quantidade fenomenal de representações de deuses e de monstros ferozes, assustadores e guerreiros dentro dos templos. De certa forma, isso assemelha-se aos ícones nas nossas igrejas: homens trespassados, crucificados, cozidos dentro de caldeirões, etc. Não há nada de semelhante no pensamento chinês, e por conseguinte nas artes. O sofrimento e o meio para uma pessoa se livrar dele não está no centro das preocupações porque ele é considerado um oposto complementar ao bem-estar. Essa diferença e outras fizeram-me refletir: como é que um país gigantesco como a China consegue conciliar cinquenta e cinco nacionalidades que falam cada uma a sua própria língua, sobretudo com a desproporção de Han que compõem 90% da população?

A violência dessas representações, tal como a dos motins das últimas semanas, não se enquadra na imagem pacífica que se tem do budismo tibetano.

Dalai Lama e os outros membros do governo vestem as cores do pacifismo e estão encarregues de manter a imagem de tolerância e de compaixão que convêm ao budismo tibetano, com o intuito de seduzir o Ocidente. Por ocasião dos motins recentes (ler na página 9), quando os atos de violência atingiram um nível de barbárie sem nome, ele distanciou-se.
No seio da comunidade tibetana no exílio existe uma cisão: de um lado, os moderados, entre eles Dalai Lama, que não pedem a independência mas uma "autonomia forte". Do outro lado, os radicais, facção crescente no seio do governo no exílio, que exigem a independência e que estão preparados para pegar em armas se for necessário. Na verdade, essa dualidade é muito útil ao seu padrinho comum, os Estados Unidos: Dalai Lama e os seus seguidores (europeus, sobretudo) servem para reunir os intelectuais ocidentais em torno de temas sobre "democracia", "direitos do homem", enquanto a fração mais "dura" reúne cada vez mais membros graças a um discurso musculado. Aparentemente, foram estes últimos que lançaram lenha na fogueira. Ao provocarem motins de caráter racista, eles obrigaram o governo chinês a responder agressivamente.

Qual é a natureza do budismo tibetano e quais as suas funções social e política?

Como é? Você está pedindo para que eu reescreva o meu livro! Em resumo, o budismo tibetano surgiu a partir do tantrismo, uma das três grandes escolas ou "veículos" do budismo e, segundo os especialistas em budismo, aquela que mais se afastou do darma (ensinamento original de Buda).
Em primeiro lugar, porque se trata da mais recente, em segundo lugar, porque o budismo tibetano tem a particularidade de exercer em simultâneo um poder espiritual e um poder temporal.
De fato, o tantrismo desenvolveu-se no Tibete nos séculos X e XI quando comunidades do norte da Índia vieram-se refugiar, fugindo das investidas muçulmanas. Nessa época, o Tibete estava totalmente desorganizado à nível político e social. Os refugiados apoderaram-se da região de modo "espontâneo".

O tantrismo transformou-se no budismo tibetano a partir do momento em que se adaptou aos costumes e à religião. Pode-se dizer que na época isso foi benéfico, conduzindo o Tibete a um feudalismo organizado. O problema é que esse feudalismo se reforçou durante um milênio junto de um poder religioso extremamente repressivo e conservador.

Os mosteiros possuíam mais de 70% das terras, o resto pertencia às famílias nobres. Jamais existiu um poder teocrático tão poderoso e tão rico. Não se compara com o que se passava entre nós na Idade Média, em que os mosteiros só existiam na sombra dos castelos fortificados.

Com o advento da República Popular da China em 1949, foi difícil para o alto clero tibetano renunciar ao poder. Evidentemente, esta antiga elite no exílio não tem a intenção de voltar ao antigo sistema. Ela preconiza um modelo de "mercado livre", com a re-instauração da propriedade privada das terras.

Será o pacifismo suficiente para explicar a existência de um sentimento tão pró Tibete no Ocidente?

O budismo tibetano enfeitou-se com os seus mais belos ornamentos para seduzir um Ocidente "vazio de valores espirituais". Envolvido na onda do "retorno às origens" dos anos de 1970, não foi difícil fazer-se passar pelo darma, apresentado como um "ateísmo espiritual", uma filosofia de vida, uma maneira de ser, uma terapia interior, etc., tudo menos uma religião.

Ora, se olharmos um pouco mais de perto, o budismo de Buda já é uma religião no sentido em que propõe uma transcendência, algo para além dos nossos sofrimentos resultantes dos nossos limites físicos e temporais. O budismo tibetano é ainda mais uma religião, uma vez que reintroduziu dogmas, nomeadamente o da reencarnação, contra o qual se insurgiu, aliás, Buda em pessoa...

O fato de um Dalai Lama fazer o budismo tibetano se passar por uma não religião – uma filosofia – de tolerância e de compaixão destituída de implicações políticas. Isso é mesmo para rir!