25 de dez. de 2007

Conferência Climática de Bali

Carta aberta ao secretário-geral das Nações Unidas e aos chefes de Estado que subscreveram o acordo para novo tratado

É impossível deter as alterações climáticas, um fenômeno natural que tem afetado a humanidade através dos tempos. Os testemunhos históricos, geológicos, arqueológicos, orais e escritos provam todos os desafios fundamentais que as sociedades antigas tiveram de enfrentar perante alterações imprevistas de temperatura, de precipitação, de vento e de outras variáveis climáticas. Devemos consequentemente preparar as nações para resistir a todos estes fenômenos naturais promovendo o crescimento econômico e a criação de riqueza.

O Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC) tem publicado conclusões cada vez mais alarmistas sobre a influência climática do CO2 de origem humana, um gás não poluente que é essencial à fotossíntese das plantas. Embora compreendamos os argumentos que levaram a considerar as emissões de CO2 como perigosas, as conclusões do IPCC são absolutamente injustificadas e não devem conduzir a políticas que vão reduzir significativamente a prosperidade futura. Em especial, não foi estabelecido que seria possível modificar significativamente o clima global reduzindo as emissões humanas de gases com efeito de estufa. Acima de tudo, porque as tentativas de reduzir emissões vão retardar o desenvolvimento, a abordagem atual da ONU sobre a redução do CO2 é susceptível de agravar o sofrimento humano devido às alterações climáticas futuras em vez de o reduzir.

O Resumo das decisões Políticas do IPCC é o documento mais consultado pelos políticos e pelos não-cientistas e está na base da maior parte das decisões políticas sobre as alterações climáticas. Contudo, este resumo é preparado por um núcleo relativamente restrito de redatores e a sua versão final é aprovada linha a linha por representantes dos governos. A grande maioria dos contribuintes e revisores do relatório [geral do IPCC] e das dezenas de milhares outros cientistas qualificados que comentam sobre esta matéria não estão implicados na preparação deste documento [do Resumo]. O Resumo não pode por conseguinte ser considerado como representativo de um consenso de especialistas.

Contrariamente à impressão dada pelo resumo das decisões políticas, do IPCC são as seguintes:

* As observações recentes dos fenômenos como o aumento do nível do mar e a migração das espécies não testemunham uma alteração climática anormal porque nenhuma destas alterações está para além dos limites da variabilidade natural que conhecemos.




* O ritmo médio de aquecimento de 0,1 ºC/década a 0,2 ºC/década registado pelos satélites nas últimas décadas do século XX está dentro dos limites de aquecimento e de arrefecimento observado nos últimos 10 mil anos.



* Cientistas de primeiro plano, incluindo representantes importantes do IPCC, reconhecem que os atuais modelos inormativos não podem prever o clima. Assim, e apesar das projeções dos computadores de um aumento de temperatura, não tem havido aquecimento global desde 1998. O patamar de temperatura atual que se seguiu a um período de aquecimento no final do século XX está de acordo com ciclos naturais.

* Exatamente oposto à afirmação frequentemente repetida de que na ciência do clima "terminou o debate", um número importante de novas publicações em revistas com revisão pelos pares coloca cada vez mais em dúvida a hipótese de um aquecimento perigoso de origem humana. Mas como os grupos de trabalho do IPCC tiveram instruções para examinar as publicações [somente] até Maio de 2005 (cf. instruções IPCC ) as posteriores conclusões importantes não estão incluídas no seu relatório; o que quer dizer que os relatórios de avaliação do IPCC são baseados em resultados já obsoletos.

A conferência sobre o clima de Bali foi destinada a conduzir o Mundo pelo caminho de uma restrição severa de CO2, ignorando as lições evidentes que se podem tirar do malogro do Protocolo de Kyoto, o caos no mercado de transferências de CO2 estabelecido pela Europa e a ineficácia de outras iniciativas dispendiosas destinadas a reduzir as emissões de gases com efeito de estufa.
Análises custo-benefício objetivas desacreditam a introdução de medidas globais destinadas a limitar e a reduzir o consumo de energia para reduzir as emissões de CO2. Além disso, é irracional aplicar o "princípio da precaução" porque numerosos cientistas reconhecem que um arrefecimento ou um aquecimento são ambos procedentes e realistas para o clima a médio prazo.

O esforço atual da ONU para "combater as alterações climáticas", como é apresentado no Relatório sobre o Desenvolvimento Humano do Programa de Desenvolvimento da ONU, de 27 de Novembro de 2007, desvia a atenção dos governos para a ameaça de alterações climáticas inevitáveis sob as suas diferentes formas. É necessária a planificação nacional e internacional perante tais mudanças, ajudando prioritariamente os cidadãos mais vulneráveis a adaptar-se às condições futuras. Tentar impedir o clima de se alterar é fútil e constitui uma má e trágica aplicação de recursos que seriam bem melhor utilizados na resolução de problemas verdadeiros e mais importantes.





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