23 de jan. de 2008

Fase de pleno impacto global da Grande Depressão dos EUA


Lúcifer está reorganizando a União Européia para a Nova Ordem Mundial


Há um ano atrás, LEAP/E2020 anunciava que 2007 assinalaria a entrada dos Estados Unidos naquilo que a nossa equipe denominou "a Grande Depressão dos EUA". A palavra "subprime" era desconhecida do grande público e os peritos estimavam que a crise imobiliária americana ficaria sem consequências para o resto da economia americana (eles recusavam-se a simplesmente imaginar que ela pudesse ter um impacto global).

Entretanto, os fatos no decorrer de 2007 demonstraram amplamente que uma crise sistêmica global iria abalar os fundamentos sobre os quais repousa a economia mundial desde 1945.

E, tal como descrito no GEAB Nº 17 em Setembro de 2007, as sete sequências da fase impacto da crise sistêmica global vão atingir simultaneamente o seu pico no decorrer do ano 2008.

Um dos aspectos, e ao mesmo tempo um dos catalisadores, desta crise sistêmica global é a entrada dos Estados Unidos em 2007 numa crise sócio-econômica sem precedentes , afetando duramente as famílias americanas devido à explosão do mercado imobiliário e a sua insolvência crescente bem como os operadores financeiros devido ao fato da evaporação pura e simples do valor de várias centenas de milhares de milhões de ativos em US dólar.

Em particular, daqui até o Verão de 2008, a crise financeira iniciada pelos empréstimos imobiliários americanos "subprime" vai transformar-se numa crise de muito maior amplitude com a implosão do mercado dos Credit Default Swaps (CDS). Isto assinalará um novo ponto de inflexão da fase de impacto da crise sistêmica global.

Ásia, Europa e países emergentes em 2008 – Impacto direto mas contrastado da Grande Depressão dos EUA: Recessão, estagflação e tomada de controle de estabelecimentos financeiros ocidentais

Paralelamente a este mergulho dos Estados Unidos na Grande Depressão vai haver um impacto direto, uma grande chicotada, na economia mundial:

. - a zona Euro entrará num período de estagflação quando o resto da UE (Reino Unido) for aspirado num processo recessionista. A Dinamarca (e provavelmente dentro em breve a Suécia) está em vias de preparar a sua entrada na zona Euro como indicou seu primeiro-ministro Fog Rasmussen , o qual ressuscitou a idéia de um referendo sobre o Euro. Estes dois países sabem que a Eurozona não colocará dificuldades à sua entrada (por tratado, a Suécia já deveria de fato estar na zona Euro pois o país comprometeu-se a aderir à zona Euro num certo momento).

Este súbito amor escandinavo pela moeda única não resulta de uma conversão recente aos méritos da integração europeia, mas antes a uma tomada de consciência da importância das turbulências monetárias, financeiras e econômicas em desenvolvimento que se arriscam a ser fatais às economias de pequeno porte não protegidas pela integração completa a conjuntos mais vastos.

A Leste da UE assiste-se igualmente a tentativas de revisão em baixa dos prazos necessários à entrada na Eurolândia. Contudo, os diferenciais de situação econômica ainda são muito importantes para realmente permitir a estes países ficarem ao abrigo quando a tempestade irromper com plena força em 2008 (aliás, mesmo a Dinamarca e a Suécia estão em atraso em relação aos acontecimentos).

No entanto, a zona Euro não oferecerá perspectivas muitos estimulantes em 2008r, com um crescimento em torno dos 1%. Mas em relação ao resto do mundo, ela será de muito longe a zona menos afetada pelo impacto da crise. Os riscos de divergência interna das economias da zona Euro são certamente reais, e a equipe LEAP/E2020 teve oportunidade de desenvolver suas antecipações sobre o assunto nos números recente do GEAB, mas o sentimento dominante hoje na zona Euro é sobretudo conservar uma divisa que parece proteger eficazmente os europeus que a utilizam das turbulências externas.

Isto imporá ao Banco Central Europeu (BCE) e a Eurozona que encontrem meios de cooperação mais eficazes para as expectativas das opiniões públicas e das diferentes economias. Constata-se aliás que os discursos políticos contra o BCE (em particular de Nicolas Sarkozy) foram postos em hibernação nestes últimos meses.
E como a Alemanha vai começar a ser igualmente afetada pela taxa EUR/USD (que vai ultrapassar proximamente os 1,50 para se dirigir rumo aos 1,70 daqui até ao fim de 2008), é o conjunto dos fatoresdo jogo monetário e econômico europeu que estará prestes a evoluir. Segundo o LEAP/E2020 isto tomará nomeadamente a forma de um aumento de 2% a 3% do teto aceitável de inflação para o BCE, dando de fato uma muito grande flexibilidade à fixação das taxas de juro pelo Banco Central Europeu.